Dados do Trabalho

Título

GRAU DE RELAÇAO E PODER DE DISCRIMINAÇAO DE MEDIDAS OBJETIVAS DA FUNCIONALIDADE E DA FUNÇAO MUSCULAR PARA IDENTIFICAR LESAO DESPORTIVA

Introdução

O Functional Movement Screen (FMS), a razão isquiotibiais/quadríceps e as assimetrias de força entre membros têm sido estudados no meio esportivo como ferramentas para detectar desequilíbrios relacionados ao risco lesivo. Dessa maneira, busca-se compreender seus impactos, de forma isolada, na lesão esportiva.

Objetivo

Avaliar o grau de relação e o poder de discriminação entre medidas objetivas de funcionalidade e função muscular com a prevalência de lesão desportiva.

Métodos

Estudo observacional transversal, composto por 62 atletas de voleibol, entre 14 e 20 anos, de ambos os sexos. Definiu-se lesão desportiva aquela decorrente do treino/competição e com afastamento. Entre o final de 2023 e o início de 2024, levantou-se dados epidemiológicos das lesões da temporada de 2023 (maior severidade). As medidas da funcionalidade foram obtidas pelos escores do FMS (risco de lesão <14 pontos). As medidas da função muscular mensuradas (dinamômetro Dinabang) foram: i) assimetrias bilaterais na força isométrica do quadríceps (assQ) e isquiostibiais (assI) (risco=assimetria >10%); ii) e razões ísquios-quadríceps (rI-Q) representadas pela média das rI-Q dos dois membros (referência: ≈0,6). Aplicou-se regressão logística binomial (lesão/não lesão) para determinar o grau de relação, e dados da curva ROC (sensibilidade e especificidade) para verificar o poder discriminatório entre medidas.

Resultados

Nenhuma das variáveis teve relação significativa com a lesão esportiva. Os valores de sensibilidade, especificidade e as notas de corte encontrados, respectivamente, foram: FMS=85,1%, 45,7%, e 18 pontos; assQ=74,0%, 48,5%, e 6,2%; assI=62,9%, 37,1%, e 3,5%; rI-Q=88,8%, 40,0%, e 0,55 (u.a).

Conclusão

As medidas objetivas de funcionalidade e da função muscular não explicaram a presença da lesão. Apesar da boa sensibilidade, a especificidade foi baixa. As notas de corte diferiram dos valores de referência.

Relevância

Sugere-se que a identificação do risco de lesão desportiva não deva ser baseada apenas nas medidas de funcionalidade e da função muscular.